Uma vez monte, sempre monte. Este é o meu novo lema.
As provas de montanha têm alguma coisa cativante, fazendo nos querer voltar para lá vezes sem conta. Fiquei mesmo adepto desta modalidade, entre tantas que pratico.
Participar numa prova de montanha é uma aventura inesquecível, onde a ajuda entre as pessoas é e pode ser muito importante.
A prova começou bem cedo às 06:00 depois de uma noite bem atribulada - dormir num pavilhão desportivo pode por vezes ser chato, principalmente quando o vizinho fica a "roncar" sem fim.
Tal facto foi constatado pelo Armindo, Filipe e Rui Vilar - meus grandes companheiros nestas andanças. Só me lembro vagamente do Armindo dizer a uma pessoa desconhecida do meu lado a "roncar" as seguintes palavras: "ô amigo, olha lá o jeito! Há pessoal que quer dormir!" De resto já não me lembro mais nada, porque tanto nestas como noutras ocasiões eu custumo dormir como pedra.
Acordei às 05:00 e comecei arrumar as minhas "tralhas" para depois não ter de o fazer depois da prova, sobretudo depois do desgaste duma prova destas, como já pude constatar na "Geira".
Às 06:00 começou a prova... As primeiras 2 horas passei muito bem a correr, até porque estava bem fresquinho a temperatura. Conforme o tempo pasava, perdia cada vez mais o rasto com o pelotão da frente. Estava entre os primeiros 6 atletas, onde também figurava o meu amigo e companheiro João Oliveira da nossa grandiosa equipa "Porto Runners". É um prazer muito grande poder correr ao lado de colegas da mesma equipa.
Traz ânimo, conforto e sobretudo o espírito de ajuda entre os companheiros.
Tentei acompanhar o passo do João durante maior tempo possível, mas como era óbvio, ele já tem muito mais tempo nestas provas e eu ainda estou em franca fase de crescimento, até porque a Ultra Trail Serra da Freita foi apenas a minha segunda prova de montanha.
Aos 20Km cheguei juntamente com outros atletas ao rio que tinhamos de atravessar. Os cerca 2 à 3Km que tinha agora pela frente eram extremamente difíceis, porque tinha-se de passar várias vezes duma margem para a outra ao longo do rio. Houve um sítio em que mergulhei por completo no rio, constatando a vericidade prometida das mochilas de montanha da "Berg" (mochila com compartimento para 1,5l de água) de que eram impermeáveis.
Continuei a correr ao longo do percurso, seguindo as fitas expostas que indicavam o caminho.
A determinada altura da prova encontrava me sozinho na prova. Não que fosse uma situação que me assustasse muito, mas sempre é uma sensação de isolamento completo com ninguém e nada à volta. São nestes momentos que o espírito de sobrevivênca entre em funcionamento. A única coisa que resta em situações destas é continuar a seguir em frente ... porque tudo há de chegar à um fim.
Assim dito continuei e pelo meu espanto aos 38Km vejo atrás de mim o João aparecer de novo.
Perguntei ele: "Então, o que é que te aconteceu?" e responde me ele prontamente "Perdi num sítio onde tinha de virar, continuando assim fazer mais 8Km extra, mas cá estou novamente".
Resulta daqui que sempre e quando não vemos fitas marcadas no chão ou afixados em algum lado, a primeira coisas a fazer é parar e olhar a nossa volta a ver se econtremos fitas, caso contrário regressar ao último local onde se viu fitas pela última vez!
Continuei a correr mais uns não sei quantos Km com o João, mas muito em breve deixei de o ver novamente continuando no meu passo e o que as minhas pernas deixavam.
Aos 43Km encontrei então um outro atleta - José Ramos - que se encontrava em condições físicas identicas. Decidi alinhar com ele, que se mais tarde veio mostrar muito vantajoso. Penso que ele foi muito útil para completar os restantes 17Km, além de ser óptima companhia para conversar ao longo do percurso, fazendo assim esquecer o desgaste já acumulado ao longo da corrida.
Quando chegamos aos 50Km decidimos que iamos puxar o andamento para os restantes 10Km e assim foi. Parecia que o meu depósito de energia tinha chegado ao fim, mas pelo meu espanto conseguir acompanhar-lo até aos últimos 200 metros.
Cheguei finalmente à meta depois de 8 horas 40 mintos e 42 segundos de corrida com muitos Porto Runners à espera para me saludar. Por tudo isto e muito mais valeram a pena todos os Km que fiz. Terminado a prova, comecei lentamente abrandar até andar à paso. Andar esse que rapidamente se transformou num andar que mais parecia de um pinguim. Que locura!
Fica um link para: Fotografias & Videos
As provas de montanha têm alguma coisa cativante, fazendo nos querer voltar para lá vezes sem conta. Fiquei mesmo adepto desta modalidade, entre tantas que pratico.
Participar numa prova de montanha é uma aventura inesquecível, onde a ajuda entre as pessoas é e pode ser muito importante.
A prova começou bem cedo às 06:00 depois de uma noite bem atribulada - dormir num pavilhão desportivo pode por vezes ser chato, principalmente quando o vizinho fica a "roncar" sem fim.
Tal facto foi constatado pelo Armindo, Filipe e Rui Vilar - meus grandes companheiros nestas andanças. Só me lembro vagamente do Armindo dizer a uma pessoa desconhecida do meu lado a "roncar" as seguintes palavras: "ô amigo, olha lá o jeito! Há pessoal que quer dormir!" De resto já não me lembro mais nada, porque tanto nestas como noutras ocasiões eu custumo dormir como pedra.
Acordei às 05:00 e comecei arrumar as minhas "tralhas" para depois não ter de o fazer depois da prova, sobretudo depois do desgaste duma prova destas, como já pude constatar na "Geira".
Às 06:00 começou a prova... As primeiras 2 horas passei muito bem a correr, até porque estava bem fresquinho a temperatura. Conforme o tempo pasava, perdia cada vez mais o rasto com o pelotão da frente. Estava entre os primeiros 6 atletas, onde também figurava o meu amigo e companheiro João Oliveira da nossa grandiosa equipa "Porto Runners". É um prazer muito grande poder correr ao lado de colegas da mesma equipa.
Traz ânimo, conforto e sobretudo o espírito de ajuda entre os companheiros.
Tentei acompanhar o passo do João durante maior tempo possível, mas como era óbvio, ele já tem muito mais tempo nestas provas e eu ainda estou em franca fase de crescimento, até porque a Ultra Trail Serra da Freita foi apenas a minha segunda prova de montanha.
Aos 20Km cheguei juntamente com outros atletas ao rio que tinhamos de atravessar. Os cerca 2 à 3Km que tinha agora pela frente eram extremamente difíceis, porque tinha-se de passar várias vezes duma margem para a outra ao longo do rio. Houve um sítio em que mergulhei por completo no rio, constatando a vericidade prometida das mochilas de montanha da "Berg" (mochila com compartimento para 1,5l de água) de que eram impermeáveis.
Continuei a correr ao longo do percurso, seguindo as fitas expostas que indicavam o caminho.
A determinada altura da prova encontrava me sozinho na prova. Não que fosse uma situação que me assustasse muito, mas sempre é uma sensação de isolamento completo com ninguém e nada à volta. São nestes momentos que o espírito de sobrevivênca entre em funcionamento. A única coisa que resta em situações destas é continuar a seguir em frente ... porque tudo há de chegar à um fim.
Assim dito continuei e pelo meu espanto aos 38Km vejo atrás de mim o João aparecer de novo.
Perguntei ele: "Então, o que é que te aconteceu?" e responde me ele prontamente "Perdi num sítio onde tinha de virar, continuando assim fazer mais 8Km extra, mas cá estou novamente".
Resulta daqui que sempre e quando não vemos fitas marcadas no chão ou afixados em algum lado, a primeira coisas a fazer é parar e olhar a nossa volta a ver se econtremos fitas, caso contrário regressar ao último local onde se viu fitas pela última vez!
Continuei a correr mais uns não sei quantos Km com o João, mas muito em breve deixei de o ver novamente continuando no meu passo e o que as minhas pernas deixavam.
Aos 43Km encontrei então um outro atleta - José Ramos - que se encontrava em condições físicas identicas. Decidi alinhar com ele, que se mais tarde veio mostrar muito vantajoso. Penso que ele foi muito útil para completar os restantes 17Km, além de ser óptima companhia para conversar ao longo do percurso, fazendo assim esquecer o desgaste já acumulado ao longo da corrida.
Quando chegamos aos 50Km decidimos que iamos puxar o andamento para os restantes 10Km e assim foi. Parecia que o meu depósito de energia tinha chegado ao fim, mas pelo meu espanto conseguir acompanhar-lo até aos últimos 200 metros.
Cheguei finalmente à meta depois de 8 horas 40 mintos e 42 segundos de corrida com muitos Porto Runners à espera para me saludar. Por tudo isto e muito mais valeram a pena todos os Km que fiz. Terminado a prova, comecei lentamente abrandar até andar à paso. Andar esse que rapidamente se transformou num andar que mais parecia de um pinguim. Que locura!
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