Meu primeiro pensamento foi logo…
E agora?! O que é que vou fazer? Depois do mês de Janeiro com treinos intensivos, tanta luta, tanto suor… Isto tudo para depois ficar encostado as boxes poucos dias antes da prova?
Por momentos sentia uma tristeza interior muito grande. Foi aí que me lembrei duma famosa frase…
“Obstacles is what you see when you take your eyes of your goals”
Ao fim de contas não tinha nada a perder! Constipado já estava! Era apenas mais uma maratona. Se não pudesse fazer rápido, faria mais devagar…
“If you can’t fly, run. If you can’t run, walk. If you can’t walk, crawl. But whatever you are doing keep on moving!”
Com a mente totalmente focada para o meu objectivo decidi não baixar os braços e andar em busca das melhores formas para estar minimamente em condições para o dia da prova.
Chá branco (óptimo para melhorar o sistema imunitário), mel e gengibre cru foram alguns dos muitos alimentos ingeridos usadas para tentar curar me em tempo recorde (3 dias).
“Life is either a daring adventure, or nothing at all!”
O que é certo, dia 13 de Fevereiro chegou e todos os Porto Runners estavam a postos em frente da escola Garcia de Horta às 05h00 para uma viagem de cerca 10 horas de camioneta com 2 curtas paragens pelo meio.
Entre nós encontrava-se mais um grande atleta – Fernando Barros – irmão da Marisa Barros. É uma honra de ter este grande atleta no meio de todos nós. Certamente podemos aprender muito com ele, tanto a nível desportivo, bem como o que toca ao nível do ser humano.
Chegamos finalmente a Sevilha após uma longa viagem e todos exaustos. O relógio já marcava 15h33. Estava na altura de levantar os dorsais para depois ir comer. A Pasta Party já tinha terminado e assim foi necessário encontrar outro local para comer. Decidimos deixar as nossas bagagens no hotel antes de partir para o centro da cidade em busca de alimento. Pode se dizer que Sevilha parecia como um autêntico deserto, mas enganam-se! Só quem já esteve aqui no passado bem sabe que isto não é verdade! É preciso realçar o facto do tempo da “Siesta” ser entre às 13h00 e 17h30. Em compensação este maravilhoso lugar fica cheio de vida a partir das 21h30, hora habitual em que as pessoas saiam para as ruas para comer e quando começam as esplanadas encher.
No entanto como maratonistas não nos podemos dar o luxo de ficar acordado até muito tarde porque para fazer uma boa prova é necessário descansar bem. O repouso é essencial!
…
14 de Fevereiro, 09h00, 4℃… sem dúvida não ajudam nada para quem anda constipado. Certamente uma prova diferente, mas nada que impedisse a minha mente decidida de correr. Finalmente se deu o tiro de partida. Entre nós 4 caloiros no que diz respeito a distância da maratona – Elisabeth Gonçalvez, Francisco Lobo, Natalino Pereira e Victor Cardoso. Todos, eles, grandes heróis do meu ponto de vista. Isto só mostra que nunca é tarde demais alcançar o sonho de cada um, seja ele qual ele for.
Deu-se o tiro de partida e cá estava eu prontinho para seguir o meu ritmo de corrida – 03:55min/km.
A partida no meio de muitas pessoas veio travar, pela positiva, aquela vontade de arrancar demasiado rápido, um vício que já consigo controlar melhor e certamente a ter em futuras provas. Outra lição tirada das baixas temperaturas que esta maratona apresentava, é de trazer na próxima vez um goro e luvas para as mãos. Nunca senti alguns dos fenómenos naturais como nesta prova. Ao longo do percurso senti várias vezes os dedos de tal maneira congelados que a dificuldade de fechar as mãos era muito grande. A sensação era horrível e não havia sinais de melhoria. Durante toda a prova a temperatura manteve-se em torno dos 4℃ à 5℃, havendo apenas uma ligeira subida de temperatura para os 7℃ mais para o final da prova.
O trajecto plano da prova fez reduzir os esforços já sentidos pelas temperaturas tão baixas, tornando possível manter um ritmo constante ao longo da prova. O apoio do público, sem dúvida, uma grande ajuda, renovando as energias a cada kilómetro que passasse.
Após 41km, finalmente o estádio à vista e o ambiente era de festa. Já do lado de fora podia se escutar a imensidão de pessoas que se encontravam no interior do estádio. Pisando a pista no interior do estádio e olhando uma última vez para o relógio tinha a certeza de faria um tempo abaixo das 3 horas. O tão esperado dia tinha chegado, ainda por cima numa altura em que não me encontrava nas melhores condições em termos de saúde. Segui para os últimos 200 metros com toda a força que ainda restava.
Passando a meta… finalmente havia conseguido! À quarta maratona de estrada era definitivamente de vez… 2 horas 53 minutos e 38 segundos. Se na maratona do Porto de 2009 não havia conseguido um tempo abaixo de 3 horas, não podia começar melhor o ano 2010 estabelecendo um novo recorde pessoal na distância de maratona.
Seja isto o início duma melhoria contínua junto de todos vós que me dão apoio duma forma ou outra! Um grande abraço aos meus treinadores “ToZé” e “Domingos Pinto” que através dos conhecimentos me transformem num atleta cada vez melhor. Um abraço igualmente forte a todos os meus companheiros da equipa Porto Runners, Leixões Masters e todos os meus amigos – todos eles sem exclusão de seja quem for!
Todos vocês dão me força dalguma forma. A vossa camaradagem é inigualável. É com orgulho que posso dizer que vocês fazem parte da minha vida. Obrigado a todos.
Que historia...
ReplyDeletePero está super bien contada!!..
Está chevere el Blog...
:)
Gracias Jeona
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